O compêndio para a sustentabilidade é um guia que tem por objetivo ampliar a adoção de práticas de RSE (Responsabilidade Social Empresarial) nos sistemas de gestão de pequenas, médias e grandes empresas, não só no âmbito nacional como no exterior.
Até hoje, não existia essa forte preocupação socioambiental, mas é um tema que sempre existiu, veio se fortalecendo e hoje está cada vez mais consolidado na mente e nas ações das pessoas. É preciso que cada um faça a sua parte, esse é um problema de todos.
Através da criação de campanhas, movimentos, certificados socioambientais, entre outros, as organizações que até então se preocupavam somente com os aspectos econômicos, mudaram essa mentalidade e passaram a perceber a importância deste tema tão discutido e implantaram práticas e modelos sustentáveis em suas gestões, fazendo com que dentre os três pilares clássicos do desenvolvimento sustentável (econômico, social e ambiental) o primeiro tenha sofrido um grande avanço.
Este guia tem como proposta a utilização de ferramentas de responsabilidade social oferecendo alternativas às empresas e visando garantir a evolução sustentável.
Movimento de RSE na Europa
A comissão européia anunciou ao conselho e ao comitê econômico e social europeu apoio a uma aliança européia para a RSE, através de um documento com o título implementação da parceria para o crescimento e o emprego: tornar a Europa um pólo de excelência em termos de responsabilidade social nas empresas.
O documento é uma manifestação de incentivo e estímulo para adoção da RSE por empresas européias e mobilização de recursos, de stakeholders, em prol do desenvolvimento sustentável, do crescimento econômico e da criação de empregos. A prática de RSE tem por objetivos: o desenvolvimento de competências, a utilização mais racional dos recursos naturais, melhores desempenhos em matéria de inovação, redução da pobreza e maior respeito aos direitos humanos. Um exemplo de aspecto mais importante para o incentivo a RSE é a sensibilização e troca de boas práticas.
Já houve outras iniciativas políticas em nível europeu. Apresentando estratégias para apoiar os seguintes aspectos: reforçar o intercâmbio de experiências e de boas práticas sobre o RSE entre empresas; promover o desenvolvimento das capacidades de gestão do RSE; facilitar a convergência e a transparência das praticas e instrumentos de RSE, sendo esses alguns exemplos.
As redes sociais contribuem colaborando e participando em empresas, organizações e sociedades de estruturas flexíveis e mantendo um relacionamento horizontal e estável. Os pioneiros nessas redes corporativas foram os norte-americanos e os europeus com o objetivo de estimular o mundo empresarial e possuir e promover responsabilidades sócias. Uma das primeiras empresas que possuíram redes empresariais a nível nacional foi a Business for Social Responsibility (BSR), criada em 1992 nos Estados Unidos. Esse movimento demorou mais um tempo para chegar a America Latina e quando chegou passou muito tempo para se expandir. A primeira foi criada em 1994 que foi a organização Peru 2021, mas pouco impacto causo. Nos anos seguintes com cada vez mais as empresas pelo mundo a fora implantando esse tipo de sistemas em suas organizações foram criadas as primeiras na America Latina que se destacou, como:
- O Instituto Ethos, no Brasil em 1998.
- Ação Empresarial do Chile, em 1999.
- Fundemas, em El Salvador, e Deres, no Uruguai, em 2000.
- Instituto Argentino de Responsabilidade Social Empresarial
(Iarse), em 2003.
Uma polemica gira em torno da criação dessas redes pois a responsabilidade social estabelecidas por elas e os melhores caminhos para que a empresa possa atingi-la refletem nas ações de cada organização. Entre elas estão os seguintes aspectos:
Redes empresariais
• têm o hábito de destacar a natureza “voluntária” da RSE;
• pontua a RSE como estratégia empresarial para ter mais lucro e perenidade;
• enfatizam as boas práticas e atribuem prêmios;
• têm uma presença forte nos meios de comunicação
Redes da sociedade civil
• defendem a criação de um marco legal para a RSE;
• revelam também as práticas negativas;
• responsabilizam as empresas pelo impacto de suas cadeias de produção;
• cobram a relação que a RSE deve ter com a atividade básica da empresa;
•têm dificuldade nos contatos com os meios de comunicação convencionais (televisão, rádio,jornais, revistas etc.).
O IDH - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO – é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento humano e permite avaliar a sustentabilidade social e econômica. Já a PEGADA ECOLÓGICA mede a superfície necessária para produzir os recursos consumidos pela população, bem como, para absorver os desperdícios que produz. Ela nos mostra até que ponto a nossa forma de viver esta de acordo com a capacidade do planeta de oferecer, renovar seus recursos naturais e absorver os resíduos que geramos por muitos e muitos anos e ainda permite avaliar a sustentabilidade ambiental. Com isso, podemos dizer que para se obter uma economia desenvolvida, alcançar o desenvolvimento sustentável e, conseqüentemente, garantir um meio ambiente protegido é necessário alcançar alto nível de IDH e baixo nível de pegada ecológica, ou seja, que se mantenha acima de 0,8 no IDH e com nível de durabilidade ecológica abaixo de 2. Vários países estão com a economia desenvolvida, porém com o ambiente degradado, como USA, Austrália, Canadá, Europa do Norte e Oeste; Outros com a economia subdesenvolvida, mas com o ambiente protegido como os países da Ásia e da África; Apenas os países emergentes da Ásia e da America do Sul que estão mais próximos de alcançarem o desenvolvimento sustentável, o restante estão em busca.
Ninguém ouve os alertas?
Sempre houve alertas para demonstrar a situação atual de nosso planeta, no entanto as pessoas nunca estiveram interessadas e sempre quiseram “empurrar com a barriga” tudo o que estava sendo alertado, para que não tivéssemos que chegar a nossa atual situação, mas não significa dizer que estamos no estágio final e não nos resta mais esperanças de salvar o meio ambiente, pelo contrário, agora que as pessoas resolveram ouvir os alertas e cada vez mais esse número aumenta, que trata-se da consciência coletiva, ainda nos restam meios de preservar nosso meio natural. Abaixo alguns dos mais significativos alertas, com seus respectivos autores e datas:
1936 - Winston Churchill -“A era das procrastinações das meias-medidas, dos expedientes desconcertantes e suavizadores dos atrasos está chegando ao fim. No seu lugar vamos entrar num período de conseqüências”.
2002 - Rio + 10. Chirac. -“...é um apartheid mundial; nossos filhos e netos nos cobrarão: vocês sabiam e não fizeram nada. Não podemos dizer que não sabíamos! Fiquemos atentos para que o século XXI não se torne, para as gerações futuras, o século do crime da humanidade contra a vida”.
2003 - Serge Latouche - “Enfim, é preciso a fé inabalável dos economistas ortodoxos para pensar que a ciência do futuro resolverá todos os problemas, e que é concebível a substituição ilimitada da natureza pelo artifício”.
2007 - Ricardo Young -“Estamos diante de uma mudança do padrão civilizatório, e isso não é fácil. Mas creio que significa um enorme desafio e também uma grande oportunidade”.
2007 - Fernando Almeida -“Devemos aceitar que a falência dos ecossistemas planetários é mais que a falência dos negócios; é a falência da vida”.
Figura 1: http://sisinfosustentavel.com.br/img/artigos/artigo-2/imagem-7.jpeg
Figura 2: http://mundoverde.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/05/mundo_nossa_casa.jpg